domingo, 27 de novembro de 2011

OSX-1: O 1º FPSO de Eike Batista


O carioca que passa pelo porto do Rio observa um grande navio novo em folha ancorado na Baía de Guanabara. Não é tão bonito quanto os transatlânticos que começam a chegar à cidade nesta temporada, mas de fato tem o seu próprio brilho. O gigante de 271 metros de comprimento que chama a atenção é o OSX-1, primeira embarcação fabricada pelo estaleiro do grupo EBX, que será responsável pela produção inicial de petróleo da OGX, também do empresário Eike Batista.
A produção deve começar na última semana de dezembro no campo de Waimea, na Bacia de Campos (RJ), segundo Carlos Bellot, diretor da OSX.
O navio custou US$ 610 milhões, cerca de R$ 1 bilhão. É do tipo FPSO - Floating production, storage, and offloading, ou unidade flutuante que produz, armazena e descarrega óleo, também conhecido como navio-plataforma. A capacidade de produção diária é de 60 mil barris de óleo por dia, e a de armazenamento é de 900 mil barris.


A unidade foi montada em Cingapura e viajou por 45 dias para chegar ao Rio, depois de passar 12 meses sendo customizada para operar na Bacia de Campos. Antes de seguir para o campo de Waimea, chegou a ser interditado pelo Ministério do Trabalho, por não atender a normas de segurança para os trabalhadores, mas os problemas serão facilmente superados, segundo executivos da OSX.
Nos primeiros meses, o OSX-1 fará parte de um Teste de Longa Duração (TLD). Durante este período, o navio deve produzir entre 15 e 20 mil barris de óleo por dia. Este período de testes tem o objetivo de dar mais informações sobre as características do campo à empresa.
A unidade fica ancorada por meio do turret, uma peça que leva o óleo do fundo do mar para dentro do navio e também permite que o FPSO seja fixado ao fundo do mar, mas ao mesmo tempo flutue de acordo com os ventos e as correntezas. O óleo passa para o manifold, um conjunto de válvulas que separa o petróleo e o distribui para as unidades de processamento do navio.


Outro módulo da unidade retira o excesso de água e de sal do petróleo. A água é novamente tratada para ser devolvida ao mar sem óleo, ou reinjetada no poço para preencher o espaço deixado pelo óleo – nesse segundo caso, é necessário retirar o sulfato e o oxigênio, para evitar o crescimento de bactérias junto do petróleo que ainda vai ser retirado.
Dentro do navio também é processado o gás retirado junto do petróleo. No caso do campo de Waimea, como a quantidade de gás é pequena, serve apenas para gerar energia elétrica para o funcionamento do próprio navio. Um módulo trata o gás e outro produz eletricidade a partir dele.


O FPSO também tem uma área chamada de casario, onde ficam as áreas de controle, refeitórios, dormitórios, bibliotecas técnicas e áreas de lazer, entre outras, além de um heliponto. Tem capacidade para até 80 pessoas, mas vai trabalhar com 63.


Os funcionários são todos experientes, oriundos de outras empresas de petróleo, especialmente da Petrobras. Para o primeiro navio da frota, a OSX optou por preencher seus quadros apenas com profissionais que já conhecem bem os mares. Mas para as próximas unidades, OSX-2 e OSX-3, que deverão ser entregues em 2013, a empresa buscará também profissionais sem experiência no mercado. A seleção começa em janeiro do ano que vem.

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