quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Transístor de prótons pode ligar eletrônica a organismos vivos


A eletricidade lida com o armazenamento e o transporte de elétrons, enquanto a eletrônica convencional com o manuseio cuidadoso desses elétrons, ou seja, tudo o que se conhece como "eletrônico" tem esse nome por se basear no transporte de elétrons, que têm carga negativa. Agora, cientistas construíram um transístor que usa prótons, que têm carga positiva. O transístor é o componente mais importante de tudo o que é eletrônico e um transístor de prótons é particularmente interessante porque o corpo humano, e tudo o que é vivo, envia e recebe sinais e faz todo o seu "processamento" usando íons ou prótons. Sendo assim, este dispositivo viabilizaria uma transmissão orgânica de dados.

Conexão eletrônico-biológica

Os equipamentos biomecatrônicos, as próteses robóticas, as interfaces neurais, as retinas artificiais, etc, etc, são aparelhos que, se puderem comunicar-se diretamente com o corpo humano, permitirão a solução de inúmeros problemas na área médica.
Até agora, porém, a funcionalidade de todos eles tem sido limitada pela dificuldade de interligar o eletrônico com o biológico, ou seja, em transformar um sinal eletrônico em um sinal iônico e vice-versa.
De forma análoga ao que ocorre dentro de um processador, onde o transístor eletrônico funciona como uma chave para deixar ou não deixar os elétrons passarem, no organismo os prótons abrem e fecham canais nas membranas celulares, para bombear coisas para dentro e para fora das células.
Um transístor que seja biocompatível poderá ser usado para monitorar ou controlar os processos biológicos, abrindo um campo enorme para a criação de tecnologias que possam acionar membros paralisados, desligar neurônios que estejam disparando de forma descontrolada e causando convulsões, dentre uma infinidade de outras possibilidades.

Corrente de prótons

Um transístor capaz de enviar pulsos de correntes protônicas é um ótimo começo nesse sentido, e ainda que o protótipo vá precisar de várias rodadas de miniaturização, ele atualmente mede apenas 5 micrômetros de largura.
O componente usa uma forma modificada de quitosana, uma fibra retirada do exoesqueleto de crustáceos, que absorve água, formando inúmeras ligações de hidrogênio.
Os prótons movimentam-se saltando de uma ligação de hidrogênio para outra, formando a "corrente protônica", ou iônica.
O nome técnico do componente é "transístor de efeito de campo bioprotônico de polissacarídeos" (FET-BPP).
A base do componente é de silício, o que impediria seu uso imediato em contato com o corpo humano, mas os cientistas afirmam que o desenvolvimento de uma versão biocompatível do transístor de prótons é um próximo passo para a pesquisa.

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